DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENFRENTAMENTO AO TRABALHO ESCRAVO DOMÉSTICO NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Escravidão contemporânea, Trabalho doméstico, Inspeção do Trabalho

Resumo

A exploração da mão de obra escravizada apresenta quantitativos expressivos, com mais de 60 mil resgates promovidos pela fiscalização do trabalho, de 1995 a 2022. O trabalho doméstico análogo ao de escravo compreende uma situação grave, porém ainda invisibilizada. Discute-se a escravidão contemporânea doméstica a partir da atuação da fiscalização do trabalho no enfrentamento do problema. Para tanto, apresenta-se o perfil do trabalho escravo doméstico no Brasil, com base em dados de resgates ocorridos até 2022. Depois, expõe-se a experiência da fiscalização nesse enfrentamento. No que concerne ao aspecto metodológico, são combinadas referências bibliográficas e documentais, diante do emprego de dados estatísticos, fragmentos narrativos de fiscalizações e discussões doutrinárias, de modo articulado com as reflexões e experiências cotidianas. Para tanto, foram coletados, sistematizados e analisados dados estatísticos da Inspeção do Trabalho no Brasil, oriundos de relatórios de fiscalização e autos de infração. A partir de informações decorrentes de 118 fiscalizações de situações de trabalho escravo contemporâneo na atividade doméstica durante o período indicado, identificou-se o conjunto de 856 autos de infração lavrados nas 67 ocorrências em que se confirmou o quadro de trabalho em condições análogas às de escravo. Como resultado, tem-se a exposição do retrato da escravidão contemporânea doméstica, conformado pelas principais irregularidades evidenciadas. Revisitou-se, ainda, a experiência da Auditoria-Fiscal do Trabalho mineira no combate ao trabalho doméstico, sobretudo diante do crescente número de denúncias e do impacto nacional observado a partir do “caso Madalena”.

Biografia do Autor

  • Emerson Victor Hugo Costa de Sá, Universidade Federal do Pará (UFPA)

    Auditor Fiscal do Trabalho. Professor de Direito e Processo do Trabalho. Doutorando em Direito na Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Desenvolve atividades de pesquisa nos Grupos de Pesquisa CNPQ “Direitos Humanos na Amazônia” (UEA), "Novas formas de trabalho, velhas práticas escravistas" (UFPA) e “Emprego, Subemprego e Políticas Públicas na Amazônia” (Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA).

  • Cynthia Saldanha, Ministério do Trabalho e Emprego

    Especialista em Direito do Trabalho. Auditora-Fiscal do Trabalho. Participa do Grupo de Pesquisa CNPq "Novas Formas de Trabalho Velhas Práticas Escravistas".

Downloads

Publicado

2023-12-22