IMPRESCRITIBILIDADE E DIREITOS HUMANOS

DESAFIANDO A PRESCRIÇÃO NO COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO

Autores

  • Emerson Victor Hugo Costa de Sá Universidade Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0002-0367-3505
  • Ida Raquel Litaiff Isper Abrahim Universidade Federal do Amazonas
  • Sylvia Beatriz dos Santos Puga Ferreira Universidade Federal do Amazonas
  • Dorinethe dos Santos Bentes Universidade Federal do Amazonas

Palavras-chave:

Trabalho escravo, Prescrição, Não recepção, Inconvencionalidade, Tratados internacionais

Resumo

RESUMO

O trabalho escravo contemporâneo persiste no Brasil, desafiando a legislação nacional e os tratados internacionais de direitos humanos, e a prescrição do crime de trabalho análogo à escravidão contribui para a impunidade e fragiliza a proteção das vítimas. Este artigo analisa a incompatibilidade da prescrição com a Constituição de 1988 e os tratados internacionais, defendendo a imprescritibilidade como instrumento essencial para garantir justiça e responsabilização. A pesquisa, de caráter teórico e qualitativo, baseia-se em análise de textos jurídicos, literatura científica, legislação nacional e internacional, e jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho e da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Os resultados evidenciam que a prescrição conflita com princípios constitucionais como a dignidade humana e o valor social do trabalho, sendo reforçada a imprescritibilidade na ADPF 1053, em acórdãos do TST e em tratados internacionais, como a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Estatuto de Roma. Conclui-se que a eliminação da prescrição é necessária para assegurar reparação às vítimas, responsabilização dos agressores e alinhamento do Brasil aos padrões internacionais de proteção aos direitos humanos.

Palavras-chave: Trabalho escravo; Prescrição; Não recepção; Inconvencionalidade; Tratados internacionais.

Biografia do Autor

  • Emerson Victor Hugo Costa de Sá, Universidade Federal de Minas Gerais

    Auditor-Fiscal do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Residente de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutor em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Especialista em Direito do Estado, pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Professor Adjunto da Faculdade de Direito da UFAM (2023-2024). Realiza pesquisas sobre trabalho escravo contemporâneo, trabalho infantil e aprendizagem profissional. Participa do Grupo de Pesquisa CNPq “Direitos Humanos na Amazônia”. Desempenha atividades de ensino, pesquisa e extensão na Clínica Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas (CTETP) da Faculdade de Direito da UFMG.

  • Ida Raquel Litaiff Isper Abrahim, Universidade Federal do Amazonas

    Bacharela em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

  • Sylvia Beatriz dos Santos Puga Ferreira, Universidade Federal do Amazonas

    Graduanda em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Bolsista voluntária do Programa de Iniciação Científica da UFAM.

  • Dorinethe dos Santos Bentes, Universidade Federal do Amazonas

    Doutora em Direito e Justiça pela Universidade Federal de Minas Gerais (2023); Graduada em História pela Universidade Federal do Amazonas (1997); Graduada em Direito pela Universidade Paulista -Manaus/AM (2008). Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (2008). Professora da Universidade Federal do Amazonas.

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Publicado

2025-12-11